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As justificativas para a ação imperialista

As justificativas para a ação imperialista

O termo imperialismo deriva do latim e significa “ter o poder de mandar”. Em poucas palavras, trata-se da imposição de um controle direto ou indireto de um estado, povo ou nação sobre outro.

A história está repleta de exemplos de grandes conquistadores que adotaram determinadas práticas para dominarem imensas extensões territoriais, riquezas e povos. Um exemplo de um grande império na antiguidade foi o de Alexandre o Grande, que dominou as cidades gregas e subjugou a Ásia, tendo aos seus pés todo a mundo habitado e conhecido da época.

No século XIX, contudo, o imperialismo vai adquirir uma nova roupagem, buscando atender os interesses da burguesia industrial e financeira.

Para entender essa questão deve-se retornar à Segunda Revolução Industrial, levada a cabo na segunda metade do século XIX. A segunda etapa da revolução nas indústrias foi marcada pela incorporação de novas tecnologias, novas técnicas de produção e pela disseminação das indústrias por inúmeros países além do berço da revolução que foi a Inglaterra. A entrada de novos países na corrida industrial fez com que se ampliasse a busca de territórios que fornecessem matérias-primas e que se constituíssem enquanto mercados consumidores e áreas para investimentos de capitais excedentes.


Como resultado, os países que já haviam conquistado colônias havia muito tempo, como no caso da Inglaterra e da França, faziam questão de manter o seu domínio sobre essas regiões. Outros países que entraram tardiamente no clube imperialista como a Alemanha e a Itália estavam insatisfeitos com os retalhos territoriais que haviam conseguido fazendo, inclusive, com que a Alemanha, por exemplo, adotasse uma política agressiva de expansão, que consiste em um dos motivos que desencadearão a Primeira Guerra Mundial.

No imperialismo de finais do século XIX e início do XX o estado tinha, portanto, a função de conquistar territórios e povos que facilitassem a expansão do capital interno e da industrialização do país. Nesse sentido, era comum que os estados europeus mandarem tropas com a finalidade de submeter os povos nativos e organizar e administrar as regiões dominadas, num processo de neocolonialismo. Esse ímpeto imperialista levou a partilha do continente Asiático e Africano, além da dominação informal de toda a América Latina.

Para ter uma ideia da rapidez do processo imperialista, por volta de 1800, antes da expansão, os países que eram considerados grandes potências controlavam 35% da superfície terrestre, em 1878 esse índice já alcançava 67% e nas vésperas da Primeira Guerra Mundial era de impressionantes 84%.

Contudo, para dominar e subjugar imensas regiões e milhares de pessoas era necessário algumas justificativas. Elas existiam e eram apoiadas por amplos setores da sociedade dos países imperialistas que se sentiam superiores às populações dominadas. Entre as falácias que justificavam essa dominação pode-se citar:

  • A necessidade de levar o progresso e a civilidade para as nações atrasados. Segundo essa lógica, os povos dominados eram considerados atrasados e incivilizados e cabia às nações europeias a missão de civilizar essas regiões errantes.

  • A percepção de que a obtenção de colônias era um fator que garantia status e prestígio frente às outras potências europeias, ou seja, para ser uma grande potência era necessário exibir as suas colônias como troféus.

  • O etnocentrismo, que se baseava na ideia de que alguns povos eram superiores a outros. Neste caso os europeus eram superiores a asiáticos, indígenas e africanos.

  • Darwinismo social. Baseado na teoria da evolução de Darwin, que se propagou com o livro “A evolução das espécies” de 1859. Alguns pensadores se apropriaram das ideias de Darwin, e passaram a aplicar a teoria da seleção natural às sociedades humanas. Segundo a teoria dos darwinistas sociais algumas raças eram geneticamente superiores a outras, e neste caso os brancos, em especial europeus, eram superiores, mais evoluídos e progrediam mais rapidamente que os negros e asiáticos, tendo o direito, portanto, de quando em contato com os “selvagens” subjugá-los e crescer à custa de seu sacrifício. Ou seja, por serem menos evoluídos, a própria regra de seleção natural estaria condenando essas raças a sua inevitável extinção.


Foi nessa época que surgiu o que costuma ser conhecido como eugenia, que diz respeito ao estudo em relação ao aprimoramento da raça humana. Uma das vozes que encabeçou à ideia de eugenia foi Francis Galton, que era primo de Darwin, e defendia que características como a inteligência ou capacidades físicas específicas são herdadas e podem ser melhoradas em gerações futuras. Foi com base na eugenia que surgiu uma verdadeira classificação de raças, colocando-se os brancos no topo (a raça caucasiana) seguidos da raça mongoloide (que eram os asiáticos e ameríndios) e como raça mais inferior a negroide (que eram os negros africanos).

Em 2003 o Projeto Genoma, que estudou o DNA humano derrubou qualquer hipótese de que a espécie humana seria dividida em raças. As variações encontradas entre os seres humanos foram consideradas o resultado de um processo evolutivo diante da necessidade de se adaptar às condições ambientais em que passou a viver e as diferenças culturais, como resultado de processos histórico-sociais distintos. Em outras palavras, a espécie humana é única.

A Inglaterra, que era a maior potência industrial da época foi também a que mais vorazmente conquistou colônias e áreas de influência. Pode-se dizer que um terço do planeta estava de alguma forma sob o jugo da influência inglesa. Outras potências imperialistas de peso eram a França a Holanda e Bélgica. Uniam-se ao clube dos países imperialistas ainda a Itália e Alemanha, os Estados Unidos.


Referência:


SCHAFER, Gabriel. "schafergabriel"; O Imperialismo do século XIX. Disponível em:<http://schafergabriel.blogspot.com.br/2015/03/o-imperialismo-do-seculo-xix.html>




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